2006-06-06

LITERATURA - Relatório de Pensamentos




23h35m – Largo tudo que resumindo é nada e lanço-me na escrita. Que me deu? Não sei. Sei apenas que aqui estou e que me deu para isto. A vida dá muita volta e nós com ela. Agora escrevo, mais logo quem sabe?! Ninguém certamente, ou talvez sim. Eu não pelo menos. Agora estou como estou à pouco como estava logo como vier a estar. Porque se pensa tanto no futuro se estamos perante uma incógnita? Matemática, a vida é matemática. Um problema constante, uma incógnita a encontrar.

23h40m – Futuro! Palavra tão simples que têm nela uma complexidade e durabilidade tão grande. Será? Nem sempre vendo bem… Complexidade, só se o complicarmos, durabilidade só se correr bem, por vezes mal. Tudo já foi um dia futuro e todo o futuro será passado. Jogo de palavras? Não creio… Jogo da vida isso sim.

23h45 – Que escrevo eu aqui? Talvez muita coisa, talvez nada. Para mim será sempre o que escrevi. Verei sempre com gosto porque o escrevo por instinto… apeteceu-me fazê-lo, faço-o, apetece-me mais, contínuo. Futuro sempre presente (“contínuo”). Vejam como está presente quando menos esperamos. Não vamos esperar mais, ele chega sempre à hora marcada, não se atrasa, não deixa de vir. O futuro é fiel.

23h50m – Cá estou pensativo, não digo inspirado. O que faço aqui é um registo do que me passa cá dentro desde a primeira tecla que pressionei neste teclado quando me apeteceu escrever. Não sou escritor mas todos o somos. Escrever é um estado de espírito. Escrevo como podia em vez disso estar triste, contente, a fazer uma pesquisa, um trabalho…

23h55m – Desligo o televisor. Começo a infiltrar-me na escrita. É o seu poder, fixamo-nos a ela como se do maior amor se tratasse. Não é o caso mas por momentos assim me sinto.

23h57m – Acabo de quebrar a sequência dos 5 minutos.

23h58m – …demasiado pensativo de momento para a manter.

00h00m – Interrompido por uma amiga. Há sempre espaço para os Amigos…

00h05m – “Fui para a festa (…) tive uma visão estranha”, diz-me. Assusto-me...

Minutos depois – Já explicou, visão talvez não fosse o termo mais correcto o que me levou a temer o que vinha a seguir.

00h10m – O calor deste espaço faz-me transpirar, que noite, que tempo. Que se faz em casa com noites destas?! Escrevesse, e porque não? O que é certo é que não é normal eu fazê-lo… será do calor? Não creio… talvez da vida, isso sim. Pensar também é sonhar e sonhar é viver quando se está “adormecido”. Neste momento assim me encontro, “adormecido”, em pleno sonho. Não me despertem, estou bem… deixem-me vivê-lo na tranquilidade do meu espaço.

00h15m – Divago no sonho, sonho contigo, comigo com tanta coisa junta que chego a pensar se será sonho ou realidade.

A qualquer minuto de qualquer hora – Sonhem, pensem, vivam…

00h20m – Publicar postagem

00h25m – Certamente estará publicada


Autoria: Carlos Delfina

2006-06-04

CRIATIVIDADE - Cinzeiros - Many Fingers



Autoria: Carlos Delfina

CRIATIVIDADE - Cinzeiros - Post Office



Autoria: Carlos Delfina

CRIATIVIDADE - Cinzeiros - Y



Autoria: Carlos Delfina

CRIATIVIDADE - Cinzeiros - Indefenido



Autoria: Carlos Delfina

CRIATIVIDADE - Cinzeiros - X's



Autoria: Carlos Delfina

CRIATIVIDADE - Cinzeiros - Simple



Autoria: Carlos Delfina

2006-05-21

FESTIVAL - Alkantara Festival





"Quatro anos depois do último festival danças na cidade, Lisboa volta a ser palco de um grande evento internacional de artes performativas. «Al kantara» significa «a ponte» em árabe e sublinha a nossa ambição de construir pontes: entre pessoas, culturas, linguagens artísticas.

alkantara festival apresenta 34 espectáculos diferentes de artistas e companhias vindos da Bélgica, Brasil, França, Líbano, Grã-Bretanha, Moçambique, Tailândia, Itália, Turquia, Egipto, Alemanha, República Checa, Espanha, Japão e Portugal. O festival junta nomes de referência da criação contemporânea com criadores igualmente interessantes mas menos conhecidos – muitas vezes apenas por serem de lugares considerados «periféricos». A criação nacional continua a ser uma apostas forte, através de várias encomendas e do projecto Encontros 2005-2006.

alkantara festival espalha-se pela cidade inteira. O momento mais festivo é, sem dúvida, o percurso Encontros Imediatos: 16 projectos seleccionados por um júri são apresentados em jardins, palácios, galerias, museus, associações e clubes desportivos, desenhando um percurso cultural inesperado.
Em Junho, alkantara constrói em Lisboa as suas pontes. Convidamos o público a atravessá-las connosco…"


Mais Informação:

http://www.alkantara.pt/

http://www.alkantarafestival.pt/

2006-05-19

TEATRO - "Gente feliz com lágrimas"




GENTE FELIZ COM LÁGRIMAS

Teatro O Bando

Género Teatro | Público Alvo M/16 | Duração 1h 45 mine

Texto João de Melo Encenação e Dramaturgia de João Brites Interpretação Nelson Monforte e Sara de Castro

Em Gente Feliz com Lágrimas (a partir do romance homónimo de João de Melo), João Brites mostra que o teatro permite avançar e recuar no tempo a nosso belo prazer. Viajar no espaço sem sair do mesmo sítio. Ser um, e um outro, no mesmo momento. Agora ter a voz de uma criança e logo a seguir a voz de um velho decrépito, porque, no teatro, se pode contar, comentar e dialogar vivendo a acção em tempo real, sem por isso se ser incongruente.

Sábado, 20 de Maio 06 | 21h30

Almeirim: Cine-Teatro de Almeirim

Preço: 4 euros | Informações: T 243 594 107

TEATRO - As Vampiras Lésbicas de Sodoma






(Vampire Lesbians of Sodom)
de Charles Busch

"Com As Vampiras Lésbicas de Sodoma, a Companhia Teatral do Chiado orgulha-se de apresentar ao público português uma das mais originais figuras do showbizz da actualidade: o dramaturgo, actor, estrela de cinema, artista e romancista Charles Busch.
Foi com As Vampiras Lésbicas de Sodoma que Charles Busch se tornou famoso, corria o ano de 1984. O pequeno Limbo Lounge, em Nova Iorque, onde o espectáculo estreou, ficou minúsculo, havendo quem assistisse à farsa de Busch nas mais inconcebíveis situações, incluindo a de ficar no átrio a olhar para um ecrã de televisão. Depois as Vampiras passaram para um teatro mais a sério e... ficaram cinco (5) anos em cena!!
O sucesso explica-se. Numa época dominada pelo espírito da paródia pós-moderna, Busch inventa uma história vertiginosa que começa nos tempos bíblicos, em Sodoma, e acaba na sala de ensaios de um "musical", nos nossos dias. Inaugurando um processo que veio a durar vários anos, o próprio dramaturgo brilhou no espectáculo ao representar o papel de uma das deslumbrantes protagonistas!
Com As Vampiras Lésbicas de Sodoma, Busch traz ao palco um pequeno delírio de teatro popular onde o imaginário das histórias de terror se mistura com o glamour decadente do mito Hollywood e o universo exacerbadamente sexual dos shows de travesti. Mas no centro de tudo está o combate feroz entre as duas vedetas, sedentas do sangue que lhes garante a eternidade e envolvidas numa competição estranhamente parecida com a rivalidade ciumenta que é típica entre as grandes divas do cinema.
Por tudo isto, a Companhia Teatral do Chiado faz ao seu público uma sugestão bem simples: venham ao teatro, divirtam-se enquanto vêem uma magnífica comédia, mas... não se esqueçam de proteger o pescoço!"







Mais informação:

http://www.companhiateatraldochiado.pt/

http://asvampiraslesbicasdesodoma.blogspot.com/

2006-05-02

QUADRO - Navegação



Trabalho em estanho

Autoria: Bruno Delfina

QUADRO - Cavalo



Trabalho em estanho

Autoria: Bruno Delfina

QUADRO - Zebra



Trabalho em estanho

Autoria: Bruno Delfina

PINTURA - Frente e Verso





Pintura sobre esculturas em gesso

Autoria: Bruno Delfina

PINTURA - Cabeça de Cavalo




Pintura sobre escultura de gesso a imitar o bronze

Autoria: Bruno Delfina

PINTURA - Perspectivas de um Rio





Autoria: Bruno Delfina

2006-04-27

'Princesa das Duas Cidades'




Lá, naquele tempo em que não se viam capulanas nas varandas das avenidas, garrindo as acácias e os jacarandás usurpadores das cores turísticas, lá naquele tempo em que a naturalização da cidade estava tão longe como distava o terreiro de onde saíam naus com decretos e leis, chiar de madeiras velhas gretadas pela História que a água dos oceanos traçou.

Lá, onde os machimbombos sempre cheios quando não era dia de praia faziam sempre rumo aos subúrbios. Lá, naquele tempo em que havia duas cidades e o cimento duma ganhava fungos quando o caniço e o zinco o confrontavam, Norte e Poente, tanto, que o Sul era dos arranha-céus e a Este o mar chamava.

quando amar era perigoso se, no orgasmo, os pêlos dos amantes não brilhassem ambos em pálido rosa imperial, ou tinha tabela miscigenada em moeda com a prata da esfera armilar, repúblicos vinte escudos. Naquele tempo, lá.

nem tinham sido inventados os chapas, pois as capulanas só vinham ao cimento vender amendoim torrado e maçaroca assada, peixe e papaias no mercado. Lá, princesa das duas cidades...

O tempo caducou-se. Vieram as capulanas às varandas e penduraram-se às janelas, garrida nova flora da cidade que esmagou os jacarandás e as acácias, velho álbum de postais em que a abertura da lente não fora feita em formato technicolor: faltava-lhe a cor das capulanas quando a objectiva se virava aos céus para focar as torres, ou se espraiava colina abaixo no longo rectilíneo das árvores aveninadas. Em baixo, sorria o mar, esse fotogénico amante que a todas beija e ergue maliciosas ondas para lamber, guloso, as cores quentes da sua capulana.

(lá, naquele tempo)

Eu vim de lá. Vivi lá e lá li livros sobre fórmulas alquimísticas do viver, que não podia entender sem perceber primeiro que a areia dourada que nas suas folhas se entranhava, que as manchas das mangas que me sujavam a camisa, essas, eram as primeiras letras a ler, a cartilha da cidade. Das duas cidades... lá, naquele tempo...

– e bastava saber olhar como sabia ler. Se o tivesse feito, então perceberia que as frondosas copas das árvores eram flores dum jardim com amos e empregados, que a areia da praia era grão que só alvas pás moinhavam, pés de longe pois da cidade que raramente os via calçados.

Lá, naquele tempo, eu fartei-me de ler livros e chumbei, não passei o exame: eu não sabia ler o livro d'A Princesa das Duas Cidades. Naquele tempo eu, estando lá, não estava: não via a luz das capulanas ondeando nos prédios, brilho que se lia mais além do vermelho das acácias e do azul dos jacarandás, cores que cegavam.


Autoria: Carlos Gil

'quando'




quando saiu
ouviu-se o gemido
que a ferrugem da vida
deu à porta que se fechou

quando

Autoria: Carlos Gil

2006-03-30

PNTURA - "Mar"



Autoria: Carlos Gil