LITERATURA - Relatório de Pensamentos
23h35m – Largo tudo que resumindo é nada e lanço-me na escrita. Que me deu? Não sei. Sei apenas que aqui estou e que me deu para isto. A vida dá muita volta e nós com ela. Agora escrevo, mais logo quem sabe?! Ninguém certamente, ou talvez sim. Eu não pelo menos. Agora estou como estou à pouco como estava logo como vier a estar. Porque se pensa tanto no futuro se estamos perante uma incógnita? Matemática, a vida é matemática. Um problema constante, uma incógnita a encontrar.
23h40m – Futuro! Palavra tão simples que têm nela uma complexidade e durabilidade tão grande. Será? Nem sempre vendo bem… Complexidade, só se o complicarmos, durabilidade só se correr bem, por vezes mal. Tudo já foi um dia futuro e todo o futuro será passado. Jogo de palavras? Não creio… Jogo da vida isso sim.
23h45 – Que escrevo eu aqui? Talvez muita coisa, talvez nada. Para mim será sempre o que escrevi. Verei sempre com gosto porque o escrevo por instinto… apeteceu-me fazê-lo, faço-o, apetece-me mais, contínuo. Futuro sempre presente (“contínuo”). Vejam como está presente quando menos esperamos. Não vamos esperar mais, ele chega sempre à hora marcada, não se atrasa, não deixa de vir. O futuro é fiel.
23h50m – Cá estou pensativo, não digo inspirado. O que faço aqui é um registo do que me passa cá dentro desde a primeira tecla que pressionei neste teclado quando me apeteceu escrever. Não sou escritor mas todos o somos. Escrever é um estado de espírito. Escrevo como podia em vez disso estar triste, contente, a fazer uma pesquisa, um trabalho…
23h55m – Desligo o televisor. Começo a infiltrar-me na escrita. É o seu poder, fixamo-nos a ela como se do maior amor se tratasse. Não é o caso mas por momentos assim me sinto.
23h57m – Acabo de quebrar a sequência dos 5 minutos.
23h58m – …demasiado pensativo de momento para a manter.
00h00m – Interrompido por uma amiga. Há sempre espaço para os Amigos…
00h05m – “Fui para a festa (…) tive uma visão estranha”, diz-me. Assusto-me...
Minutos depois – Já explicou, visão talvez não fosse o termo mais correcto o que me levou a temer o que vinha a seguir.
00h10m – O calor deste espaço faz-me transpirar, que noite, que tempo. Que se faz em casa com noites destas?! Escrevesse, e porque não? O que é certo é que não é normal eu fazê-lo… será do calor? Não creio… talvez da vida, isso sim. Pensar também é sonhar e sonhar é viver quando se está “adormecido”. Neste momento assim me encontro, “adormecido”, em pleno sonho. Não me despertem, estou bem… deixem-me vivê-lo na tranquilidade do meu espaço.
00h15m – Divago no sonho, sonho contigo, comigo com tanta coisa junta que chego a pensar se será sonho ou realidade.
A qualquer minuto de qualquer hora – Sonhem, pensem, vivam…
00h20m – Publicar postagem
00h25m – Certamente estará publicada
Autoria: Carlos Delfina