2005-11-29

LITERATURA - Que dizes?

Recria-se o sentir, na eterna busca da palavra perfeita para dizer amor?


E há um fosso que nasce entre o antes e o depois do écran do monitor se iluminar?



Que dizes? Que dizes tu quando rejeitas esta maturação lenta que é escrita e contada, mas sempre no silêncio igual ao que antes já existia? Antes era sonhada mas eu sou o mesmo, tenho é a caneta na mão.


Fiquei agreste com a escrita, ou será a mesma pez que me corroía quando só silenciava e vivia no limbo da solidão e da omissão? Este novo corpo-máquina que soa e sente, este beijar permanente que antes os lábios não formulavam e hoje os dedos sorriem ao escrevê-lo, não os vias nem os sentias no meu silêncio?



E os lábios, murmuras, eles não sorriem. ensina-os, ensina-os a voltarem a sorrir por favor. Lê-me, lê-me e vê como quero fazê-lo, como estes gritos são um pedido de auxílio para deixar de ser agreste e voltar a sorrir. Eu sempre existi assim, estávamos distraídos e este botão que se clicou revelou-o.


Autoria: Carlos Gil